A manutenção elétrica residencial em alguns casos pode levar a uma economia de 30% na conta de energia. A revisão também evita acidentes graves como incêndios. E aumenta a vida útil de lâmpadas e eletrodomésticos.
Como a parte elétrica não é aparente, os problemas só são percebidos quando os equipamentos começam a falhar. E o conserto costuma sair bem mais caro do que a prevenção. Uma sobrecarga elétrica pode levar a perdas de milhares de reais mesmo sem iniciar um incêndio, já que uma descarga pode queimar um equipamento importante.
Fios e disjuntores sofrem alterações com o passar do tempo e precisam de reparos. E com o avanço da tecnologia, também incluímos cada vez mais dispositivos eletrônicos para equipar nossas casas.
De acordo com a Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel), em cinco anos os incêndios gerados por sobrecarga aumentaram 80%, saltando de 295 ocorrências para 537. O número de mortes mais que dobrou: aumentou 205%, passando de 20 para 61. As causas apontadas, segundo a Associação, estão diretamente ligadas ao aumento de carga nas residências.
Neste artigo, vamos apresentar a importância da manutenção elétrica residencial frequente e apontar o que precisa ser verificado nestas revisões. Se tiver alguma dúvida ou precisar de mais informações, clique aqui e envie uma mensagem.
Manutenção elétrica residencial: quais são as vantagens?
A maior vantagem em manter a manutenção elétrica de sua casa em dia é a segurança. E a prevenção leva também à economia na conta de energia. Dependendo do tamanho da revisão e da idade do imóvel, pode haver uma redução de até 10% na conta. A economia é ainda maior quando é realizada a troca de equipamentos antigos por novos, podendo chegar a 30% de diferença.
E, quando se trata de energia, quanto mais se gasta, maior fica a tarifa.
Em março deste ano, um levantamento divulgado pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) revelou que, no acumulado dos últimos oito anos (entre 2015 e 2022), a conta de luz dos consumidores residenciais brasileiros teve alta superior a 70%. O número é muito maior que a inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado neste mesmo período foi de 58%.
Para 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que a tarifa subirá, em média, 5,6%. Mas em alguns estados o aumento deve superar a barreira dos 14%.
Confira quais são os riscos rede elétrica
Mais da metade dos incêndios ocorridos em casas ou apartamentos resultam de sobrecarga no sistema elétrico. De acordo com a Abracopel, em 2020 foram registrados no país 583 incêndios por sobrecarga, com 26 mortes. Desse total, 309 ocorreram em casas e apartamentos, resultando em 23 mortes.
Em entrevista dada à Agência Brasil, o diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, alerta que uma das ações para reduzir o número de incêndios é efetuar uma revisão completa das instalações elétricas, porque a maioria dos casos é gerado por sobrecarga e curto-circuito.
De acordo com o diretor, normalmente o curto-circuito começa com a sobrecarga e é resultado da perda de isolamento dos fios. Com a temperatura bastante elevada, o incêndio é muito mais rápido.
Como fazer a manutenção elétrica residencial?
Para a manutenção, é importante contar com uma equipe especializada. O profissional fará um levantamento dos pontos de iluminação e tomadas, de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT). Estas normas vão definir exatamente os dispositivos necessários para uma proteção adequada.
De acordo com o regulamento, a seção mínima dos fios deve ser de 1,5 mm² para iluminação e 2,5 mm² para tomadas. Os parâmetros dependem da carga do circuito. Condutores maiores podem ser necessários.
A equipe também verificará os eletrodomésticos que necessitam de mais carga para funcionar, como chuveiros elétricos, fornos e micro-ondas. O mapeamento possibilita o planejamento de tomadas de uso específico, garantindo maior eficiência energética do circuito elétrico.
Os profissionais também verificam se a casa está apta a atender todos os equipamentos utilizados. A introdução de novos equipamentos a cada ano, cada vez mais potentes, exige demais da rede elétrica.
Na visita, será realizada uma análise geral e teórica do quadro de distribuição. Esta vistoria permite verificar a quantidade de circuitos existentes no local e a compatibilidade com a edificação.
Na sequência, é feita uma análise individual de cada circuito, observando o valor dos disjuntores e o diâmetro dos fios. E a revisão de todos os condutores, tomadas e interruptores.
Qual deve ser a frequência da manutenção elétrica residencial?
Não há uma norma que especifique o período exato da frequência. A Abracopel recomenda que, em residências, a manutenção completa seja realizada a cada cinco anos.
A reforma é urgente se tomadas, interruptores e fios ficam superaquecidos; se há fios desencapados, amassados ou corroídos; se houver tomadas ou disjuntores perto de pias, ou em áreas molhada; ou levar choques ao tocar eletrodomésticos.
O desarme frequente de disjuntores e um aumento significativo de energia na conta sem ter grandes alterações no hábito de consumo também são sinais de que a rede elétrica vem sendo negligenciada.
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